As Surubinenses: Matilde Maria Barbosa

Quem a vê, talvez não a enxergue na iminência plausível. Ou a note, sensibilize-se (diante do aspecto frágil) por alguns instantes, mas a ignore. Matilde Maria Barbosa, 71 anos, é surubinense e filha de Leovigildo José Barbosa, de Bom Jardim, e Avelina Maria, de Orobó. Seus pais já faleceram, porém parecem presentes a cada história contada pela senhorinha que mora sozinha perto do ponto da 1002, na Rua Lourenço Ramos da Costa.
 
Contudo, não associe “sozinha” com “solitária”, por favor. Conversando com ela, nota-se que é “individualista”. Acolhedora! E mesmo que a memória pregue peças, confundindo cronologicamente alguns dos seus relatos, é impossível não compenetrar-se no que tem a dizer. Com tanto brio e coração. Com tanta veemência, advinda da postura espirituosa.
Matilde Maria Barbosa | Fotos: Surubim News

Matilde Maria Barbosa | Fotos: Surubim News

Sim, Matilde constantemente arrisca-se pelas ruas de Surubim, buscando aderência em calçadas maltratadas e consciência em motoristas e pedestres, que às vezes pouco se importam. Ainda assim, ela sorri. Falando de um antigo amor, de irmãos, primos, tios, avôs e tataravôs. Enaltecendo os tempos em que trabalhava como bibliotecária e professora substituta nas escolas estaduais e municipais da região. Glorificando a raiz bucólica, em terras de boiadas ainda habitadas por familiares nas bandas de Umari, perto da Pedra da Santa.
 
Matilde não é triste, afirma que é feliz e seus olhos não mentem. O semblante supostamente tristonho esconde uma mulher bem consigo mesma. Que se mostra aos que lhe procuram. Que anima e até aguça lágrimas oriundas da comoção, aos que lhe escutam. Como aquela que viveu muito e ainda caminha. Devagarinho, mantendo a rotina dentro da sina. Fazendo compras, assistindo TV e cantando junto às músicas transmitidas pela Rádio AM, que tem sua simpatia devido Monsenhor Luiz Ferreira Lima. Ah, como é tagarela… Bela! Não casou. Não tem filhos. Mas bem que poderia ser nossa amada vó. Quem dera!

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