Bolsonaro calado é um poeta!

PÉSSIMO EXEMPLO /// A figura grotesca, que ganhou popularidade (em grande parte negativa) nos últimos anos e até um fã-clube (de acéfalos), gerou polêmica dois dias atrás, após atacar ONGs, quilombolas e reservas indígenas. As declarações que conotam racismo e xenofobia ou no mínimo denotam desonestidade intelectual e intolerância, não são novidades na vida de Jair Bolsonaro.

Com preconceitos escancarados e posicionamentos fascistas, o deputado do PSC tenta seduzir a parcela mais conservadora do país. Dominada por pessoas militarizadas, jovens machistas (e homoeróticos), mulheres e homossexuais que sofrem da Síndrome de Estocolmo, fundamentalistas cristãos e filhotes da (nefasta) Ditadura Militar. Ademais, Bolsonaro, com um discurso reducionista e juvenil, aproveita-se da crise na segurança pública, pra sugerir medidas sem nenhuma base estatística e metodológica, visando convencer um eleitorado ignorante politicamente e facilmente persuadível.

Foto: Google Imagens

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“Pode ter certeza que se eu chegar lá não vai ter dinheiro pra ONG. Se depender de mim, todo cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”.  A declaração em destaque foi retirada de uma fala de Bolsonaro, numa palestra no clube Hebraica, na zona sul do Rio. Deixando a obsessão por violência pra combater violência à parte, de imediato é possível notar sua ignorância diante da história do Brasil. Em síntese, o deputado do PSC acha que índios e quilombolas são “vagabundos aproveitadores que sugam o Estado e prejudicam a economia do país”.

Em outras palavras, Bolsonaro crê que os povos que tiveram seus ancestrais escravizados, humilhados e surrupiados por séculos são “a pária preguiçosa que consome dinheiro público injustamente”. O curioso é que proprietários de terras devem quase R$1 trilhão à União, de acordo com o Relatório da Oxfam. Um valor que assentaria 214 mil famílias brasileiras. E, pegando o gancho, segundo dados do Ministério da Defesa enviados à Comissão de Orçamento, no ano passado foram gastos R$3,8 bilhões com pagamentos de pensões vitalícias para filhas de militares. Que receberam/recebem mensalmente uma quantia imensamente superior aos R$170,00 de média, direcionados para os mais de 50 milhões de brasileiros beneficiados pelo Bolsa Família.

Mas tais gastos não são alardeados ou questionados por Bolsonaro. Por quê? Porque se subentende que o deputado do PSC é contra os menos favorecidos e a favor de grupos dominantes. Não conseguindo valorizar a importância justificável de auxílios para as minorias. Pior, ele debocha de avanços sociais e da busca por direitos (das mulheres e dos LGBTs, por exemplo). Atuando como parlamentar antagônico numa nação que talvez seja o mais multicultural e pluralista do mundo.

Por essas e outras que é sempre bom acentuar as facetas contraditórias e controversas de um parlamentar com 27 anos irrelevantes de vida pública. Que mais se destaca por opiniões lamentáveis do que por serviços prestados (leia-se quase nenhum). Inclusive, o mesmo se absteve da votação sobre a terceirização trabalhista na semana passada. Mostrando descaso e covardia. Logo, Bolsonaro merece respeito e confiança? Jamais, caso os intuitos sejam progresso humanista e avanço governamental.

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