No primeiro Dia dos Pais, professor celebra a vida do filho, que venceu coronavírus

O professor Wagner Andrade, de 34 anos, viveu uma verdadeira montanha-russa de emoções entre os dias 30 de março e 22 de maio, período em que Dom, seu primeiro filho, então com 5 meses de idade, travou uma batalha contra a Covid-19, tendo ficado 32 dias em ventilação mecânica e coma induzido. Uma boa notícia vinha seguida de outra ruim, até que, ao fim de 54 dias, o pequeno guerreiro deu a volta por cima, surpreendendo até os médicos. Hoje, Dom e Wagner vão aproveitar seu primeiro Dia dos Pais para celebrar a vida.
 
— Estou feliz pelo desenvolvimento do Dom. Vou passar o dia com ele tentando dar muito beijo naquela barriguinha, na mãozinha, falando e brincando com ele, inciando meu plano de ensinar tudo sobre o mundo para ele — empolga-se o pai.
 
A família planeja fazer um almoço especial e deixar a câmera ligada para que os parentes participem da comemoração, numa grande live, seguindo os protocolos do “novo normal”, com cada um na sua casa. Na de Dom, em Irajá, estarão só o menino, o pai, a mãe, a economista Viviane Monteiro, de 33 anos, os avós e o cão Bjorn, um buldogue francês que está na família há dois anos e se tornou o novo xodó do menino, junto com um dinossauro amarelo.
 
O boneco “jurássico”, presente da vó Maria, mãe de Viviane, não sai das mãos do garoto e foi companhia importante no hospital, assim como as músicas do desenho “Mundo Bita”, seu favorito, que ouvia no celular do pai após sair da sedação. O brinquedo foi levado a pedido da equipe médica, que propôs usar, na recuperação, um objeto de que o menino gostasse.
 
A sexta-feira, quando o menino completará 8 meses, promete mais festa em Irajá. Dessa vez, o homenageado será o filho. Para o pequeno herói que escapou de uma triste estatística, o tema será “Os incríveis”. Segundo dados da Secretaria municipal de Saúde, desde o início da pandemia, 17 crianças perderam a batalha para o coronavírus no Rio. Dessas, 14 tinham menos de 1 ano e três tinham entre 1 e 9 anos.
 
Wagner contou que as dificuldades enfrentadas pelo filho deram um novo sentido para a sua e lhe mostrarm o significado da paternidade. O professor de Geografia, que pendurou um mapa no quarto do filho, sonha mostrar o mundo para o menino. A primeira viagem, planejou na cabeceira da cama de Dom ainda no hospital. Prometeu a si mesmo refazer uma viagem que fez com a mulher a Campos do Jordão, agora com o filho. Será a primeira de muitas:
 
— Estar tão próximo da vida e da morte me fez refletir sobre qual pai eu seria. Então, pedi em pensamento que o Dom me desse a oportunidade de mostrar o mundo a ele.
 
A viagem, programada para dezembro, está condicionada ao surgimento de uma vacina contra a Covid-19. Embora Dom esteja recuperado, os pais têm tomado todas cuidados, evitando até receber visitas. Trânsito livre só para a vó Maria, que mora no bairro e ajuda a cuidar do neto, já que os pais aos poucos retomam a vida profissional.
 
Quando está em casa, o pai não desgruda do filho, que sempre sonhou ter. Namorados desde adolescentes e casados há oito anos, Wagner e Viviane construíram suas carreiras para, no fim de 2018, tentar aumentar a família. Dom veio um ano depois.
 
— Dom nasceu dia 14 de dezembro de 2019 e quebrou a rotina de pais de primeira viagem. Creio que veio para nos ensinar sobre a vida — acredita o pai.
 
(fonte: Extra)

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