O preço de governar

Dilma Rousseff | Foto: Ilustração

Dilma Rousseff | Foto: Ilustração

(Por: Bruna Siqueira Campos/Diário Econômico)
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O governo federal tem batido na tecla de que impeachment não é remédio para crise econômica ou impopularidade. Mas, à revelia, o mercado entrou na barca dos descontentes e precifica a saída da presidente da República. Como se sabe, teve consultoria internacional dando prazo de validade para a atual gestão – o Eurasia Group cravou em relatório, semanas atrás, que o mandato da presidente Dilma não durará até maio.
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Se depender da mobilização de entidades como a OAB ou da fuga de partidos aliados, a começar pelo PMDB, a tese ganha corpo. O cenário contribui com a oposição: as projeções divulgadas semanalmente pelo Relatório Focus, do Banco Central, indicam queda do PIB acima de 3,6% neste ano. Intolerantes com a estagnação econômica, investidores cobram o almejado choque de credibilidade que virou condição à governabilidade.
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No entanto, lidar com pressões não é uma situação nova para o PT: em 2003, o então presidente Lula assumiu o Executivo enfrentando grande desconfiança de empresas e organizações patronais. A diferença é que, naquela época, o tombo foi menor e o PIB encolheu 0,2%. Tinha sido o pior desempenho em dez anos. Agora, o Brasil está no clube das dez maiores economias do mundo. Sem dúvida, os efeitos soam piores.

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