Sorria, você está sendo explorado!

OPINIÃO /// Pobre do assalariado que resolver prestigiar a Vaquejada; ele vai ter que fazer empréstimo consignado para assistir aos shows, na certa. Pobre do cavalheiro que resolver bancar a namorada/esposa; ele vai ter que fabricar dinheiro ou agir com racionamento. Pobre do papai e da mamãe que resolverem agraciar os filhos com a verba necessária para curtir a tão aguardada festa da nossa cidade; eles vão ter que buscar recursos nas economias, num tremendo sacrifício.

Nos últimos anos os organizadores do Parque J. Galdino transformaram Surubim em Dubai, exorbitando preços de ingressos, petiscos e bebidas. Antes a graça era ficar distante do palco, na graminha, perto da tenda da Red Bull, mas com livre acesso para transitar. Hoje existem vários segmentos delimitados, que fazem as pessoas se revirarem para “não ficarem de fora”. É pista, camarote, área vip, área ouro, área besouro e o escambau! Tudo para proporcionar um ilusório conforto para quem paga mais e um satisfatório arrecadamento para os que promovem o evento.

"Sorria, você está sendo explorado!" | Foto: SN

“Sorria, você está sendo explorado!” | Foto: SN

O engraçado é que o Parque J. Galdino parou no tempo. Desde que Lavínia Vlasak (Lia Mezenga), a filha do Rei do Gado, compareceu a vaquejada em 1996, as estruturas do parque continuam a mesma coisa: ou seja, precárias! Incompatíveis com a qualidade devida de um espaço que cobra preços salgados há tempos e hasteia a bandeira de “melhor do país”.

Cadê o bom senso? Cadê a consideração? Ah, quase esqueci, o Parque J. Galdino é privado, logo, prioriza o que convém principalmente aos organizadores. Que parecem utilizar a tradição da vaquejada surubinense para nos dar suporte mísero, enquanto adquirem fortunas. Não, não é necessariamente uma festa do povo ou para o povo. É um evento dos que podem ou não podem. É a síntese do elitismo insensível. É a nova triste sina da população, ser refém da exploração!

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