Artesãos ensinam crianças a fazer o próprio brinquedo na Fenearte

Artesão ensina criança a esculpir em madeira para fazer bonecos (Foto: Moema França/G1)

Artesão ensina criança a esculpir em madeira para fazer bonecos (Foto: Moema França/G1)

(fonte: G1)
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Fazer o próprio brinquedo é um desejo de muitas crianças. Pensando nisso, o artesão Severino Gomes, de Bezerros, passou a tarde desta quarta (13) no mezanino do Centro de Convenções, em Olinda, ensinando crianças a montarem o rói-rói, brinquedo popular que faz barulho quando gira. A iniciativa faz parte da grade de oficinas oferecidas pela Feira Nacional de Negócio do Artesanato (Fenearte), cuja temática, Arte Brincante, serviu de inspiração.
Com ajuda do artesão, as crianças descobriram que juntando cola com rolo de papelão, papel de presente e um pedaço de corda dava para montar um brinquedo. Elas também perceberam que, ao contrário do que muita gente pensa, o barulho do rói-rói não é feito pela parte de dentro da caixa e sim pelo atrito entre a corda e a resina que fica na haste de madeira.
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“Nós temos que derreter a resina para ela virar breu e aí melamos o pedacinho de madeira para fazer o brinquedo. Como a fumaça da produção do breu é um pouco tóxica, já trouxemos essa parte pronta para as crianças montarem o restante”, explica Severino, que trabalha com brinquedos profissionalmente há 35 anos e tem feito boas vendas por causa do tema do evento deste ano.
Crianças aprendem a fazer rói-rói, brinquedo popular que faz barulho quando gira (Foto: Moema França/G1)

Crianças aprendem a fazer rói-rói, brinquedo popular que faz barulho quando gira (Foto: Moema França/G1)

Na oficina do dia anterior, ele criou uma nova arte brincante: um galo, em cima da estrutura do rói-rói, que canta quando o artesão faz o atrito da haste de madeira com a corda. “Fiz esse para brincar com o artesão que fica do lado do meu estande e fabrica galos da madrugada. É bom trabalhar com brinquedo porque é sempre novidade”, conta rindo.
A idade mínima para participar das oficinas é cinco anos e a professora Vanusa Silveira achou que seria uma boa oportunidade para trazer as duas filhas pequenas. “Gosto mais de brincar com o rói-rói porque não deixa a infância morrer, não é?”, opina Carolina, de 11 anos, filha de Vanusa, quando questionada se preferia jogar no tablete ou se divertir com brinquedos. Nicole Luna, de oito anos, também adorou conhecer o rói-rói. “Minha parte preferida foi colocar o papel de presente com cola”, afirma.
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Todos os itens usados por Severino Gomes na produção das peças são reciclados do lixo. “Tudo é de papelão, madeira, papel. O lixo é uma fonte de matéria-prima para fazer artesanato”, argumenta. O estande do artesão, que fica na rua 14 da feira, expõe os cavalos de balanço que fabricou com um guarda-roupa usado que achou na rua. “Fiz 40 cavalos de 60 centímetros de largura com esse guarda-roupa. Ninguém imagina que peguei no lixo”, explica.
Rói-rói feito por crianças durante oficina na Fenearte (Foto: Cynthia Myarka/Divulgação)

Rói-rói feito por crianças durante oficina na Fenearte (Foto: Cynthia Myarka/Divulgação)

Simultâneo à oficina do rói-rói, o artesão Almir Barbosa ensinava crianças a fazerem mamulengos, bonecos que se mexem com cordas ou com as mãos do brincante. A oficina é voltada para crianças, mas adultos também são bem-vindos. Ele explica que há duas categorias dos bonecos, a de fios e a de luva. A primeira é de bonecos dançantes, mais voltada para espetáculos de rua. Já a segunda é dos bonecos de teatrinho, em que a pessoa encaixa a mão por dentro para dar vida ao mamulengo.
Na oficina, o artesão ensina como modelar a madeira com estilete, pintura e confecção das roupas. “Algumas crianças ficaram de voltar porque a pintura da madeira ainda não secou e elas querem sair com a peça pronta para brincar”, conta Almir. Catarina Daltro Sotero, de 10 anos, pretende mostrar a produção para as amigas da escola. “Somos de Camaragibe [Região Metropolitana do Recife] e viemos pela primeira vez na feira, adoramos a oficina porque tem o contato com o artesanato”, conta a mãe de Catarina, Paula Rafaela.
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As oficinas são gratuitas e seguem até o domingo (17). As inscrições são feitas 15 minutos antes do horário das aulas, no mezanino do Centro de Convenções. Podem se inscrever crianças com mais de cinco anos e o público adulto. A Fenearte funciona das 14h às 22h, durante a semana, e das 10h às 22h, nos sábados e domingos. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia) de segunda a quinta e R$ 12 e R$ 6 (meia) nas sextas, sábados e domingos. A programação completa está disponível no site do evento.

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