Carlos França e o desserviço público: médico incita descumprimento de decreto em Surubim

Sem dúvida, é lamentável, justo no pior momento da pandemia no Brasil, com a média móvel registrando 2.234 mortes por dia diante do relapso do Governo Federal nas questões sanitárias e econômicas, deparar-se com um profissional da medicina aproveitando-se do seu status para disseminar sem fontes, dados e estudos, uma fala não técnica e, sim, enviesada ideologicamente.
 
O Doutor Carlos França Lima pode ser um grande cardiologista, e só!
 
Indo na contramão de pneumologistas, infectologistas, epidemiologistas, virologistas e da Organização Mundial de Saúde, para defender o (seu amado) Presidente, ontem este senhor prestou um grande desserviço público em Surubim ao enaltecer a narrativa equivocada e desonesta do bolsonarismo acerca da pandemia e sobrecarga no sistema hospitalar, através de um vídeo no perfil do Facebook.
 
Divergências esporádicas na classe médica existem. Mas ver alguém com diploma dando uma opinião tão superficial, flertando com o negacionismo, demonizando governadores, teorizando conspiração, questionando em parte a vacina, estimulando tratamento precoce ineficaz, incitando a população contra as autoridades e o decreto… Mostra o quão um médico pode ser alienado e limitado, fora do âmbito de sua formação. Pior, de conduta questionável.
 
Que o diga outro cardiologista, o em breve ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que conduzirá o cargo com bastante subserviência, não priorizando a ciência e, sim, as determinações obscurantistas (e eleitoreiras) de Bolsonaro.
 
Parafraseando trecho da obra de ficção científica, Contato, lançada em 1985, de autoria de Carl Sagan: “Não é possível convencer um fanático de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar”. Eis aqueles que põem à frente da lógica e razão o viés de confirmação, como o dito cujo em questão.
 
Opinião na íntegra do médico Carlos França:
 

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