Desabafo de um umbandista

Infelizmente, somos aquela minoria que recua, não vai à luta e não enfrenta. Entretanto, não o fazemos somente por falta de força política e/ou social, mas por medo; por prevenir, talvez, uma nova Guerra Santa. Recuamos por saber que o melhor ataque é a defesa. Não enfrentamos para não cairmos no jogo do oprimido que se torna opressor, como diria Freire.

Podemos ser comparados às mulheres vítimas de violência doméstica; que apanham, sofrem, mas quando se posicionam, nada é feito e, quanto mais clamam por justiça, mais reclamam por sentir dor, angústia e sofrimento.

O terrorismo cristão, o nativismo, a não aceitação do multiculturalismo, o antissemitismo, a homofobia, o nacionalismo; antimiscigenação, racismo, xenofobia, desrespeito à laicidade do Estado, dentre outros, são práticas promovidas pela bancada evangélica que, por sua vez, é “bem” representada por dinossauros truculentos da extrema-direita.

O Neonazismo tá presente e ganhando força no meio político que, erradamente, se une à Religião. É o caso dos Neopentecostais. Quando eu digo que o fundamentalismo influi, diretamente no pensamento político, é fato; veja o exemplo da França com a influência do Estado Islâmico trazendo à tona a extrema-direita. Veja por aqui o mesmo influenciando uma grande gama cristã que incita a aversão aos praticantes de religiões-afro. Sem falar dos muçulmanos perseguidos em Mianmar.

Dias atrás uma menina de 11 anos levou uma pedrada na cabeça após sair de um culto de Candomblé. Registrou queixa na delegacia e, no caminho, mais hostilizada foi. Hoje um médium foi encontrado assassinado dentro de um centro espírita. Crimes de intolerância religiosa. Intolerância velada de preconceito, ignorância, ódio, raiva e desrespeito. Até quando?

Só tolerância não basta. Eu quero RESPEITO!

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