Entrevista com Raquel Dominique, uma surubinense que se curou de um câncer

Mini perfil da entrevista: Raquel Dominique, 27 anos, é professora, evangélica e detentora de muita espiritualidade e positividade. Ela é uma mulher forte que aprendeu a lidar com seus problemas sem se dar por vencida nunca.

Conheça a doença: o Linfoma de Hodgkin, anteriormente denominado Doença de Hodgkin, corresponde a um dos vários tipos de câncer do sistema linfático. Recebe este nome em homenagem ao médico inglês Thomas Hodgkin, que descreveu a doença em 1832. (Wikipédia)

Surubim News: Raquel, como e quando você descobriu a doença? Conte sobre isso.

Raquel Dominique: Bom, fui saudável até os meus 14 anos. Era atleta, entretanto, não me alimentava bem, ou seja, comia bobagens e não refeições adequadas. Em 2003, senti um nódulo no pescoço e fiz exames em Surubim, mas não conseguiram identificar o problema. Por dois anos perdi 20 quilos e senti dores nas articulações, palidez, manchas roxas, fraqueza, febre, náuseas, sudorese noturna, tonturas e até desmaios. Estava com anemia. Fui encaminhada ao HUOC, e assim diagnosticada, aos 17 anos, com o tipo de câncer chamado Linfoma de Hodgkin.

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Surubim News: Qual foi a fase mais crítica do teu tratamento?

Raquel Dominique: Passei por muitos momentos difíceis durante o tratamento, tive várias infecções, meses e meses de internamento, bloco cirúrgico, vários cateteres, muitos remédios, idas e vindas ao médico ao longo dos anos. O processo foi duro, desgastante demais. As sessões de radioterapia e, principalmente, de quimioterapia me deixaram quase esgotada. Em 2008, fiz o Transplante de Medula Óssea, autólogo. O processo de recuperação foi complicado por causa da imunidade baixa. Usei máscara por um ano, quase não saí de casa, tive sequelas físicas e mentais. Foi doloroso passar por tudo isso, mas aguentei firme e aos poucos fui me adaptando à nova vida.

Surubim News: O que te fortaleceu nos momentos mais dramáticos e delicados da doença?

Raquel Dominique: O que me fortaleceu e fortalece até hoje é a fé em Deus, o pensamento positivo, a luta esperançosa pela vida. Fui tratada na pediatria do CEON, rodeada de crianças com câncer. Elas nem pareciam portar doenças tão graves, tamanha a alegria que esbanjavam. Isso me animou bastante, me fez refletir e não cogitar desistir nunca.

Surubim News: Como você enxerga a vida depois da doença?

Raquel Dominique: A doença grave me fez valorizar cada vez mais a vida e os bons momentos. O câncer me trouxe várias lições e, sempre, tenho prazer de relatar minhas histórias para que outras pessoas possam se sentir motivadas e esperançosas. O poder de superação é minha paixão. Tem uma frase que me resume bem: “Você não sabe a força que tem, até que a sua única alternativa é ser forte”.

Surubim News: Alguma sugestão para o público leigo e para pessoas que não cuidam muito bem da saúde?

Raquel Dominique: As pessoas têm que se prevenir e procurar um médico se sentirem algo diferente. O Linfoma de Hodgkin atinge o público jovem, mas há casos com adultos com 40 anos ou mais, como aconteceu, por exemplo, com a presidente Dilma Rousseff e ator Reynaldo Gianecchini. É importante buscar a opinião de vários especialistas, e isso tem que ser feito imediatamente.

Surubim News: Dá para ter uma vida normal após tanto desgaste na luta contra um câncer?

Raquel Dominique: Sinto falta de praticar handebol e tenho que ter cautela na hora de me alimentar fora de casa. Mas levo uma vida tranquila e posso fazer de tudo, contanto que não ultrapasse os limites. Enfim, basta não ser extravagante que dá pra curtir muito sim.

Surubim News: Gostaria de agradecer a alguém ou deixar uma última mensagem? Desde já agradecido pela entrevista, Raquel, fique à vontade.

Raquel Dominique: Agradeço primeiramente ao Glorioso e Único, Jesus, a minha mãe guerreira, ao meu pai, aos meus irmãos, ao meu esposo, as minhas tias, tios, primos e toda família, aos meus irmãos em Cristo da Igreja Maranata, a toda equipe médica, farmacêutica e de enfermagem (HUOC, CEONHPE E RHP), aos doadores de sangue, aos voluntários e funcionários do GAC e NACC, aos Doutores da Alegria, ao Sos Amizade e as orações e vibrações positivas dos meus verdadeiros amigos, aqueles que jamais me abandonaram. Enfim, gostaria de agradecer pela oportunidade de contar um pouco da minha história. Espero inspirar pessoas, incentivando-as a sempre acreditar que podem superar os maiores obstáculos.

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