Festa do Morro “revelada” em fotografias

(fonte: Diário de Pernambuco)

Romeiros, pagadores de promessa, descalçados e sequiosos foliões. O Morro da Conceição é palco para mais de 800 mil pessoas nos primeiros fins de semana de dezembro, com ápice no dia 8, quando é celebrada a festa da padroeira que empresta o nome ao bairro da Zona Norte. Aos fiéis e profanos, Beto Figueiroa lançou um olhar singular e vem registrando, há 14 anos, em imagens, uma das celebrações mais tradicionais da capital.

E as “revelações” do fotógrafo pernambucano ganham as paredes do Morro neste sábado (29), quando começará a intervenção artística Morro de fé. “O ensaio está carregado do meu repertório, com esse ambiente de fé e religiosidade pelo qual eu estou sempre circulando. Mas não só são os católicos que frequentam a festa. Quando há alguém do candomblé, por exemplo, eu procuro isso. Procuro as pessoas que viraram a noite. Prefiro que seja normal o sagrado e o profano”, fala Beto.

"O ensaio está carregado do meu repertório, com esse ambiente de fé e religiosidade pelo qual eu estou sempre circulando", diz Figueiroa. Crédito: Beto Figueiroa/Divulgação

“O ensaio está carregado do meu repertório, com esse ambiente de fé e religiosidade pelo qual eu estou sempre circulando”, diz Figueiroa. Crédito: Beto Figueiroa/Divulgação

A ligação do fotógrafo com a festa profana e religiosa antecede o início do projeto Morro de fé, em 2000. Uma das primeiras imagens de sua carreira foi no Morro da Conceição, em 1998: “Eu sempre ia para a festa, desde criança e as imagens, geralmente, mostram uma pessoa em relação ao todo. Se fosse uma pesquisa, seria qualitativa: uma pessoa dentro da multidão”.

Figueiroa explica que Nossa Senhora da Imaculada Conceição aparece, contudo, indiretamente nas imagens. “O morro mudou nesses 14 anos, fisicamente. Mas filosoficamente o morro é o mesmo: são os super-heróis do morro”. O pernambucano é um dos mais prestigiados fotojornalistas do Nordeste. Durante a carreira, ganhou prêmios como o Vladimir Herzog e o Ayrton Senna e, em 2007, foi escolhido pela Fototeca de Cuba para representar imageticamente o Brasil na ilha. A mostra Morro de fé sai de Casa Amarela em janeiro de 2015, mas a partir daí ganha as páginas de um livro, que vai reunir 50 fotografias do ensaio. A obra será comercializada no primeiro semestre do ano que vem.

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