Francisco, o Papa revolucionário

Você talvez nunca tenha ouvido falar de Jorge Mario Borgoglio. Mas, certamente, já ouviu falar de São Francisco de Assis. Pois bem, é reverenciando o Santo e fazendo referência à sua simplicidade e dedicação aos pobres que o atual Papa, que é pop não de midiático, mas de populista, escolheu a alcunha de Francisco para seguir a carreira de líder religioso.

Desde seus primeiros dias como supremo líder da Igreja Católica e chefe do Estado do Vaticano, Francisco apresenta um estilo bastante peculiar. Mostrando-se simples, humilde, caridoso, racional, carismático, generoso, sempre disponível e, principalmente, libertário. Como bom latino que se preze, se destaca em meio a um sistema extremamente conservador em função de ideais revolucionários e falas sempre muito concisas.

Papa Francisco diz que separação da família "às vezes é moralmente necessária" | Foto: Ilustração

Papa Francisco diz que separação da família “às vezes é moralmente necessária” | Foto: Ilustração

Adepto do Reformismo, o pontífice argentino tenta reverter à imagem arcaica que a Igreja Católica carrega consigo desde muito tempo. Inclusive, vale ressaltar que, devido a essa postura reacionária (e outros fatores), há notória perda de fiéis em todo o mundo – dados do último Censo mostram que, apenas no Brasil, a Igreja perdeu 465 fiéis por dia entre os anos 2000 e 2010.

Para resgatar o prestígio e a popularidade, Francisco demonstra preocupação social e tenta quebrar velhos tabus e paradigmas com bastante inspiração, coerência e objetividade em seus discursos. Com isso, acaba tornando-se uma grande referência não somente para católicos não conservadores, mas também para líderes e seguidores de outras doutrinas.

Frei Betto, outro grande líder, avalia que o Papa Francisco vem tomando decisões e posições progressistas em diversos campos. Após indicar à Igreja Católica a rejeição incondicional da homofobia e assinar um tratado (Encíclica Laudato Si) que toca em pontos delicados, como o capitalismo neoliberal e a cultura do consumismo e o descarte que castiga o meio ambiente, “o Vaticano avança por caminhos intocados há tempos”.

Dadas às devidas proporções, Papa Chico faz reviver, 2000 anos depois, outro grande líder revolucionário: Jesus Cristo; que se colocava contra as autoridades hierárquicas instituídas, lutava pelos excluídos da sociedade (pobres, prostitutas, pecadores…) e difundia o apoio mútuo por meio do amor. Além de notório líder de movimento subversivo de libertação. Nada tão distinto do que faz Francisco. Por tudo isso, a pergunta que não quer calar: será Francisco crucificado tal qual foi Jesus? Só o tempo vai dizer.

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