Javier Milei faz 1º discurso como presidente da Argentina

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, disse no primeiro discurso após assumir o cargo, neste domingo (10), que herda um país em estado catastrófico, com alto endividamento e inflação, e que será necessário cortar gastos para estabilizar a economia.
 
Milei afirmou que, no curto prazo, a situação deve piorar até que as primeiras medidas comecem a dar resultado.
 
“Os argentinos, de forma contundente, expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Não há retorno. Hoje enterramos décadas de fracassos e disputas sem sentido. Brigas que só conseguiram destruir o nosso país e nos deixar em ruínas. Hoje começa uma nova era na Argentina, de paz e prosperidade”, afirmou.
 
Milei discursou nas escadarias do Congresso, para seus eleitores. É uma quebra de protocolo, porque normalmente esse discurso ocorre dentro do parlamento.
 
Entre as autoridades presentes estavam o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O presidente Lula não foi e mandou seu chanceler, Mauro Vieira, como representante do Brasil.
 
Herança
 
“Nestes dias muito se falou sobre a herança que vamos receber. Que fique claro: nenhum governo recebeu uma situação pior do que estamos recebendo”, disse Milei.
 
“O kirchnerismo, que em seu início dizia que tinha superávit fiscal e externo, nos deixa déficits que representam 17% do PIB”, acrescentou. Milei também mencionou a elevada inflação, acima de 140% ao ano. “Vamos lutar com unhas e dentes para erradicá-la”.
 
Ajuste fiscal
 
Milei disse que “a solução” para a herança deixada por governos anteriores “implica, por um lado, um ajuste fiscal (…) que, diferentemente do passado, cairá sobre o Estado e não sobre o setor privado”.
 
“Tenho que deixar claro que não há alternativa ao ajuste fiscal”, ressaltou.
 
“Do ponto de vista teórico, se um país carece de reputação, os empresários não investirão até que venha um ajuste”.
 
Segundo ele, para fazer políticas gradualistas seria necessário realizar financiamentos. “E lamentavelmente tenho que dizer: No hay plata”.
 
“Sabemos que a curto prazo a situação vai piorar, mas depois veremos os frutos do nosso esforço”.
 
E acrescentou: “Não será fácil: 100 anos de fracasso não se desfazem num dia, mas um dia começam e hoje é esse dia”
 
Infraestrutura
 
O presidente relembrou a população em situação de pobreza, os problemas no desempenho dos alunos argentinos na educação e a situação de emergência na infraestrutura “só 16% das estradas estão asfaltadas e 11% estão em bom estado”, declarou o presidente. “A situação da Argentina é crítica e de emergência”, afirmou.
 
(Fonte: G1)
 
 

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