Mais distante dos petistas, PSB avança em negociação com Ciro

Após desistir de lançar uma candidatura própria, a tendência atual do PSB é apoiar Ciro Gomes, do PDT. Enquanto mantém conversas frequentes com Carlos Lupi, presidente da legenda trabalhista, o partido se afasta cada vez mais de uma possível aliança com o PT.
 
Segundo interlocutores do PSB, há grande rejeição no partido aos petistas, em especial no Sudeste, o que dificulta uma aliança nacional. A indefinição do cenário em Pernambuco também trava o avanço nas negociações.
 
O estado poderia ser o palco de uma aproximação nacional entre PT e PSB, já que Lula visitou o governador Paulo Câmara, do PSB, e Renato Campos, viúva de Eduardo Campos, em fevereiro deste ano, antes de ser preso.
 
Apesar de os socialistas pernambucanos defenderem abertamente uma aliança local e nacional com os petistas, a tendência é que o PT lance a candidatura da vereadora Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, em vez de apoiar a reeleição de Câmara.
 
Empatada em pesquisas locais com o atual governador, Marília tem afirmado que grande parte do partido apoia sua candidatura e disse recentemente não haver “plano B”, argumentação semelhante à adotada pelo PT em relação ao nome de Lula à Presidência.
 
Em meio à insistência da pré-candidata e de setores do PT em lançar a candidatura, o PSB de Pernambuco tem feito esforços para não fechar as portas para um acordo nacional que possa evitar a disputa entre as legendas no estado. Após encontro entre Ciro, Câmara e Renata Campos, o PSB local defendeu que o partido feche aliança com Lula.
 
Apesar disso, o PSB nacional está inclinado a apoiar Ciro. Discute-se neste momento a possibilidade de o partido indicar Márcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte, para ser vice do pedetista. Nos estados do Sudeste, nomes como Márcio França, aliado histórico do PSDB em São Paulo, rejeitam uma possível aliança com o PT.
 
Se confirmada a indicação de Lacerda como vice de Ciro, Fernando Pimentel, que disputa a reeleição ao governo de Minas Gerais, pode ser beneficiado indiretamente. O petista deseja uma eleição “plebiscitária” com Antonio Anastasia, do PSDB. Com Lacerda fora da disputa, haveria menos dispersão de votos.
 
Lacerda foi coordenador de campanha de Ciro em 2002, quando o ex-ministro disputou a presidência pelo PPS. O atual presidenciável do PDT ingressou no PSB em 2006 e foi eleito deputado federal pelo partido. Ele deixou a legenda em 2013.
 
Ao site Poder360, Carlos Lupi, presidente do PDT, afirmou nesta terça-feira 3 que houve avanço nas negociações com o PSB. “A aliança vai acontecer”, declarou.
 
No início do ano, o PSB investiu em uma possível candidatura de Joaquim Barbosa. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal desistiu de participar da disputa em maio. Após a negativa do ex-magistrado, os socialistas preferiram não lançar um nome próprio e iniciaram negociações com outros partidos.
 
(fonte: Carta Capital)

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