Maternidade atípica: histórias de amor de quem também tem o direito de sorrir

Ao redor do mundo, as histórias de maternidade têm início de maneira quase universal, seguindo frequentemente três etapas: a expectativa, a descoberta
e a alegria da chegada. Ser mãe muitas vezes é descrito como um sentimento singular, um clube secreto reservado àqueles que vivenciam a experiência, onde o verdadeiro significado do amor incondicional se revela, livre de limites e barreiras.
 
Contudo, a realidade confronta cada mãe com um contexto único. Muitas vezes, a quebra das expectativas acontece com um filho que, aos olhos dos preconceitos sociais, não se encaixa nas normas convencionais. É nesse momento que o Dia das Mães se torna especialmente significativo, oferecendo uma oportunidade de honrar e reconhecer o cuidado e o amor dessas mães, independente dos desafios que enfrentam.

Roberta acorda na madrugada e viaja mais de 120 KM para chegar até sede da AACD, no Recife. Foto: Melissa Fernandes / Folha de Pernambuco.

Roberta Araújo é uma das vozes que conta a história de uma longa trajetória de dedicação. São mais de 120 quilômetros que separam o sítio onde mora, na região rural do município de Riacho das Almas, no Agreste de Pernambuco, da capital, Recife, onde realiza os tratamentos da filha Izabella, de apenas três anos, na sede da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
 
Por duas vezes na semana, Roberta sai de casa por volta das 1h20 da madrugada para chegar a tempo aos atendimentos da filha.
 
A gravidez de Izabella foi planejada e era o grande sonho da vida de Roberta após uma gestação interrompida. “Tentamos por um ano e quando já havia desistido, descobri que estava grávida de três meses”, explica a mãe.
 
Sem nenhum preparo para um futuro diferente do que imaginava, Roberta teve complicações no parto que resultaram no prolapso do cordão umbilical e a falta de oxigenação da bebê. Foram 25 dias no hospital, sendo cinco destes com a filha em coma induzido. As sequelas provocaram atrasos na fala e problemas na coordenação motora da criança.
 
Na ACCD, além do tratamento para a filha, Roberta encontrou também um espaço de acolhimento emocional. Ao lado da equipe profissional de terapeutas do espaço, conseguiu enxergar as dificuldades enfrentadas por uma nova ótica.
 
“No começo, parecia que eu não era parte do mundo, mas quando cheguei aqui, me reencontrei e fui acolhida por todos para conseguir seguir em frente”.
 
(Fonte: Folha PE)

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