Memória: a importância de Antônio Costa para a cultura surubinense

Faleceu em Recife aos 76 anos, o compositor e instrumentista surubinense Antônio Costa de Albuquerque. Desde o dia 18 de maio, quando ficou confirmado após um teste, que ele se encontrava com Covid-19, foi internado no Hospital São Marcos, em Recife. Infelizmente, veio a óbito no dia 11 de junho tendo sido enterrado no cemitério São José de Surubim.
 
Tuca Araújo, outra perda recente da musicalidade surubinense, em seu livro inédito “Surubim – 100 anos de Música” refere-se a ele como um dos grandes nomes do cenário musical do município. Diz que “Talvez até hoje (2020) Antônio Costa não se dê conta da sua importância para a história da música jovem de Surubim. O fato dele ter sido o primeiro a comprar uma guitarra elétrica aqui na cidade, ainda nos anos 60, iria dar o pontapé inicial a todo o movimento que no resto do Brasil era conhecido pelo nome de Jovem Guarda”.
 
Foi, portanto um precursor, um revolucionário cultural. Juntamente com Evandro Cavalcanti, Roberto Almeida e Rivaldo Andrade fundaram “Os Meigos” que foi o primeiro conjunto de guitarras da cidade. O grupo fez sucesso por longo tempo ultrapassando as fronteiras municipais e principalmente transformando todo o cenário do universo musical surubinense.
 
Bacharel em Direito, cantor, poeta, compositor, instrumentista, destacou-se no primeiro Campeonato das Cidades em 1972, programa de sucesso da então TV Jornal do Commércio, ganhando medalha e pontos para a cidade. Durante as comemorações do cinquentenário de emancipação de Surubim, no Show de Calouros apresentado por Chacrinha, conseguiu o primeiro lugar. Igualmente no programa Pernambuco Música Hoje, na eliminatória em Taquaritinga do Norte, ficou em primeiro lugar com a composição de sua autoria “Homenagem ao Seresteiro” dedicada ao seu companheiro de serestas José Guerra. Também foi o autor do primeiro hino do bloco carnavalesco Folguedos de Surubim.
 
Gravou um compacto em 1976 na Rozemblit com quatro músicas de sua autoria. Também gravou um CD com 14 músicas com Tuca e Daniel da Hanagorik.
 
Foi presidente do Sport Club Surubim e Relações Públicas por várias gestões do Clube Cara e Coroa. Nos anos 80 formou e participou da Banda Reencontro. Em seus últimos anos de vida viu-se com problemas auditivos que o tiraram do eixo rítmico e melódico, muito embora buscasse incessantemente uma conexão com essa forma de arte sem o sucesso dos seus anos de juventude.
 
Em seu livro “O Canto da Vida” com edições de 2012 e ampliada em 2018, usando o pseudônimo de Toinho Prateado, publicou seus poemas, suas crônicas e a trajetória de sua existência. Ali fez questão de registrar uma exaltação ao torrão natal com suas abordagens, depoimentos, poemas, flagrantes do cotidiano, tipos populares, história de Surubim transformada em versos e, numa prova incontestável do seu amor à terra onde nasceu afirmou que “sua maior glória é ser surubinense”.
 
(por: Fernando Guerra)

Notícias Recentes