“Meu dia das mães está marcado para sempre” diz puérpera que teve Covid-19

Após receber notícias sobre as mortes de familiares contaminados com a Covid-19, Rita de Cássia, 36, foi acalentada pelo maior teste de vida, o positivo comprovando a gravidez. Tomada de felicidade, a telefonista do Real Hospital Português contou a experiência única de estar grávida em plena pandemia da Covid-19. Mantendo distanciamento social e se isolando do convívio e festas culturalmente realizadas para gestantes, Rita, com 36 semanas de gravidez, começou a sentir alguns sintomas que ligaram um sinal de alerta. “Busquei atendimento onde trabalho, com muito cansaço físico e falta de ar, achei que eram sintomas do fim da gestação, mas lá constataram que eu estava com Covid-19 e era uma paciente com alto risco de trombose.”
 
Para além da sua filha, Rita ficou aflita pelos pais, que eram do grupo de risco, e o marido atuante na linha de frente no combate ao novo coronavírus. “Optei por permanecer sozinha e se não fosse o acolhimento que recebi na maternidade, com certeza, teria sido muito traumático. Tive um episódio de ansiedade e muito medo de ter uma piora no quadro, além da saudade da minha família, do meu lar, do meu esposo. Planejamos um fim de gestação tão tranquilo e fomos parar no olho do furacão.”
 
Internada na reta final da gestação, os médicos que acompanhavam a gestante decidiram por realizar uma cesariana com 38 semanas de gestação, devido a perda de líquido amniótico. Com a cesariana bem sucedida, a bebê, que se chama Manuela, nasceu saudável no dia 7 de abril. Contudo, Rita passou por complicações após o parto e precisou de um cuidado mais intensivo, deixando-a ainda mais apreensiva e com medo de nunca mais ver a filha tão esperada. “Após a cirurgia, tive embolia pulmonar e continuei em observação, temendo uma piora e de ter que me separar da minha neném para ficar em uma UTI ou ainda pior: não vê-la mais. Hoje, sigo com o tratamento em casa por seis meses, e olho para trás com um sentimento de gratidão, fui cercada de orações e cuidados. Somos testemunhas vivas do poder de Deus e do cuidado profissional de quem está dando a vida por quem precisa”, desabafou.
 
Para este primeiro Dia das Mães, Rita revela que a comemoração será dobrada e cheia de significados particulares para sua família. “Meu Dia das Mães está marcado para sempre como um sinal de milagre. Somos sobreviventes da pandemia! Minha família está saudável e olhar para minha filha um mês depois, sabendo que recebemos uma nova chance, é muito forte, lindo, me comove sempre que lembro.”
 
(fonte: Diario de Pernambuco)

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