Ministério Público pede anulação de aprovação do plano urbanístico para o Estelita

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) entrou com uma ação civil pública junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco para anular a aprovação pela Câmara do Recife do plano urbanístico para o Cais José Estelita, legislação que permitirá a construção do projeto imobiliário Novo Recife no terreno da antiga Rede Ferroviária Federal. A Lei 18.138/2015 foi aprovada em uma votação extra-pauta no último dia 4 e sancionada pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) no mesmo dia.

Na ação, o MPPE pede que a Justiça conceda uma liminar anulando a legislação. O processo tramita na 8ª Vara da Fazenda Pública da Capital, mas ainda não foi analisado pelo juiz Lúcio Grassi Gouveia. Na ação, o Ministério Público questiona a discussão do plano urbanístico no Conselho da Cidade do Recife. O órgão afirma que ele não foi analisado pela Câmara Técnica de Planejamento, Controle Urbano e Meio Ambiente e que não havia quórum para sua votação.

Ação civil pública será analisada pelo juiz Lúcio Grassi Gouveia, da 8ª Vara da Fazenda Pública

Ação civil pública será analisada pelo juiz Lúcio Grassi Gouveia, da 8ª Vara da Fazenda Pública

Para o MPPE, o plano urbanístico também é incompatível com artigos do Plano Diretor do Recife. A entidade chegou a emitir uma recomendação para que o projeto fosse retirado de tramitação na Câmara e, quando não foi atendido, propôs uma ação civil pública. Antes que o processo anterior fosse julgado, o plano urbanístico foi aprovado e sancionado.

Em uma nota técnica, o Ministério Público diz que decidiu pedir a nulidade da Lei “diante da grave violação de princípios e direitos constitucional e legalmente assegurados, notadamente a garantia de uma política de desenvolvimento urbano que promova o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garanta o bem-estar de seus habitantes, tendo como instrumento básico o plano diretor, e da efetiva participação popular”.

Ao JC, o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), disse que cumprirá uma eventual decisão da Justiça, mas defendeu o processo de tramitação do projeto na Casa. “A Câmara cumpriu regimentalmente, ipsi litteris, o que determina o regimento. Nós distribuímos assim que chegou na Casa, aguardamos os prazos de discussão, foi feito audiência pública. E depois que veio o parecer, eu coloquei para conhecimento dos vereadores”, afirmou.

A Prefeitura do Recife, que também é ré na ação, disse não ter sido notificada, mas que está absolutamente segura da legalidade do processo. Na semana passada, o Executivo divulgou uma nota em que afirmava que a aprovação do plano urbanístico encerrava um processo de amplo debate. A ação civil pública é assinada pelos promotores Áurea Rosane Vieira, Bettina Estanislau Guedes, Maxwell Anderson de Lucena Vignoli e Ricardo V. D. L. Vasconcellos Coelho.

(fonte: JC)

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