Sobre a Covid-19 em Surubim: entrevista com o Doutor Hugo Almeida

Breve descrição: Hugo Sávio Xavier de Almeida, de 29 anos, é um médico (clínico geral) na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus. Atuando na UPA, Policlínica Estefânia, SAMU e UBS.

– Dr. Hugo, quantos pacientes estão sendo cuidados na Policlínica Estefânia e quais os critérios para ficarem nos leitos de retaguarda ou serem encaminhados para hospitais nas grandes cidades?

Estamos atualmente com 6 leitos ocupados. Todos de pacientes em fase estável. Em nosso hospital permanecem aqueles que se mantêm sem agravamento maior da doença.

Lembrando que na Covid-19 o paciente pode ter uma desestabilização rápida das suas funções vitais e nesse período necessitar de uma vaga de UTI.

– Sobre o teste, vale a pena fazê-lo para saber se o cidadão contraiu o coronavírus, mesmo não tendo desenvolvido a Covid-19 (num estágio intermediário ou grave)?

A testagem é importante, devendo ser feita quando indicada. Sintomas iniciais, dúvidas sobre o diagnóstico, antes de cirurgias, etc..

Quando disponível à população, fale-me sobre a (importância de tomar a) vacina, independentemente da sua origem.

Infelizmente estamos atrasados com relação à vacina. Como médico, entendo a preocupação da população, alerto que a Covid-19 já matou mais de 192 mil pessoas no nosso país.

O Brasil sempre foi referência em vacinação, erradicamos a varíola, e o sarampo por um bom tempo. Temos o melhor programa de vacinação do mundo. A história mostra isso! Para mim será o marco no controle à doença.

Após várias semanas sem o registro de óbitos em Surubim, num pequeno espaço de tempo, 4, talvez 5 pessoas perderam a vida em decorrência da Covid-19. O cenário ainda requer cuidados rígidos?

Esse quadro foi visto em todo o país. O crescimento dos casos voltou e, consequentemente, o aumento dos óbitos.

Houve um relaxamento nas medidas de distanciamento. É um tema delicado, pois a sociedade “se acostumou” ao vírus. Pediria a cada um para cuidar de si, principalmente os mais vulneráveis à doença. Evitem sair de casa se puderem.

Considerações finais, na perspectiva da classe médica com relação à pandemia nos próximos meses.

Perdemos muitas vidas este ano. Infelizmente não serão as únicas. Pois estamos longe de uma cobertura vacinal ampla. Os próximos meses assim como foi 2020, serão desafiadores. Não só para médicos, para todos!

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