300 mil pessoas recebem água só de carro-pipa, diz Compesa

Barragem de Jucazinho entrou em colapso em setembro deste ano; ela atendia 11 cidades (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)

Barragem de Jucazinho entrou em colapso em setembro deste ano; ela atendia 11 cidades (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)

(fonte: G1)
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O estado de Pernambuco vive uma crise no abastecimento de água. Dos 87 reservatórios, 42 estão em colapso. Isso reflete na vida de milhares de pessoas. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), atualmente, 1,1 milhão pernambucanos têm atendimento precário. Desse total, 300 mil são atendidos apenas por caminhão-pipa. Segundo dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), dos reservatórios que estão em colapso, 15 se encontram no Agreste e 27 no Sertão. Sendo assim, 48% das unidades monitoradas pela agência não têm condições de fornecer água.
 
A Compesa possuía captação em 14 dos 87 reservatórios. Todos secaram. São eles: Tabocas, Mateus Vieira, Poço Fundo, Santana II, Ipaneminha, Mororó, Pedro Moura Jr., Duas Serras, Taquara, Barra, Cachoeira I, Marrecas, Rosário e Saco I. Ao todo, 28 cidades eram abastecidas pelos reservatórios que estão em colapso. Já 25 municícios são atendidos por unidades consideradas em pré-colapso, ainda segundo a Compesa.
 
Funcionário da Compesa há 18 anos e à frente da diretoria regional do interior há pouco mais de um ano, Marconi de Azevedo, comenta que nunca viu uma seca tão devastadora como esta. Para ele, o retrato dessa realidade é desolador. “O prolongamento das condições climatológicas severas levou o Nordeste para uma condição de seca extrema. A maior seca que eu vi foi a de 1999 e não foi tão grande como essa. Nos 45 anos da Compesa, não houve uma seca dessa magnitude”, afirma.
 
A pior situação é registrada nas regiões do Agreste Setentrional e Meridional, em Vertentes, Toritama e Caruaru, estendendo-se para as áreas de Belo Jardim, Tacaimbó e Pesqueira.
De acordo com ele, o prejuízo mensal com o abastecimento de água por caminhão-pipa gira em torno de R$ 3,8 milhões. “Nós gastamos R$ 2,3 milhões com a distribuição e deixamos de arrecadar R$ 1,5 milhão. Isso porque não podemos cobrar esse fornecimento”, pontua.

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