Juma, a vítima da imbecilidade humana da vez

OPINIÃO /// Sacrifício? Assassinato! O terceiro maior felino do mundo, referência das Américas, caçador nato, exímio nadador, sucumbiu novamente! A onça-pintada, tão popular no Brasil e na oriunda designação da minha cidade, Surubim, é vítima do incessante processo exploratório sem medição de consequências. E no caso específico, Juma foi vítima da imbecilidade da vez.
 
Mas vamos por partes: o ritual da travessia da tocha olímpica é lindo (vide a homenagem que fizeram para Luiz Gonzaga em Caruaru). Mais do que simbólico, é tradicional e serve como reverência mútua para todo aquele que guiar a tocha por alguns quilômetros. À vista disso, é injusto direcionar críticas às Olimpíadas (no caso específico).
Onça Juma que foi morta após participar do revezamento da tocha. | Foto: Ivo Lima/ME

Onça Juma que foi morta após participar do revezamento da tocha. | Foto: Ivo Lima/ME

O foco, o alvo em si, é a fatalidade deveras evitável. Porém, não é a primeira nem será a última solenidade com animais silvestres envolvidos, infelizmente. O homem “racional” não tem limites. Ele toma e (acha que plenamente) doma. Seu instinto respinga insensibilidade, diferente do instinto de sobrevivência dos animais irracionais. É no circo, no zoológico, no amestramento ou quando os “animais domésticos” servem de “ponte sofredora” em vaquejadas e rodeios, por exemplo.
 
O Exército tratava Juma bem e mal ao mesmo tempo. Porque viver em cativeiro é viver sem tempero. Antes de morrer, ela já estava “morta”. Presa à imposição alheia até o dia da sua execução. Que o IBAMA seja rígido e reveja certas regras acerca da criação de animais com risco de extinção. Aqui já um brado! Aqui jaz um brio a menos na nossa fauna!

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