Projetos agroecológicos em Casinhas e João Alfredo recebem a visita da coordenação da ONG Sabiá

O Centro Sabiá, organização que soma quase 30 anos de trabalhos em quatro regiões do estado de Pernambuco, tem com o Agreste uma relação especial: foi no município de Bom Jardim que realizaram-se as primeiras ações ligadas à agroecologia e convivência com o semiárido, principais bandeiras da instituição. De olho nessa perspectiva de olhar para o passado e planejar o futuro, o coordenador da ONG, o biólogo Alexandre Pires, chega nesta terça, 22/3, a Casinhas e João Alfredo para verificar os resultados de alguns dos projetos já realizados e debater os desafios da agroecologia para o semiárido.
 
“Ir aos territórios para conversar com nossa equipe e com as famílias agricultoras percebendo os impactos do trabalho na vida das pessoas é fundamental para reafirmarmos nossas estratégias, mas também para sentir quais outras demandas”, explica Alexandre. Enquanto em Casinhas 27 famílias receberam assistência técnica e extensão rural pela ONG nos últimos anos com foco em agroecologia, outras 25 foram atendidas na mesma modalidade, dentro do Programa Dom Helder Câmara. A organização ainda articulou a construção de 353 cisternas e 3 casas de sementes.
 
Já em João Alfredo foram 493 cisternas articuladas e 43 famílias em situação de vulnerabilidade social com assistência técnica e extensão rural dentro do Programa Dom Hélder Câmara e fomento do fundo rotativo solidário (FRS), ação onde uma família recebe apoio financeiro para desenvolver determinada atividade econômica (o fundo é rotativo porque conforme a primeira família paga todas as parcelas do “empréstimo”, uma segunda família recebe esse valor pago e desenvolve também uma outra atividade econômica). Ambas as cidades ainda receberam doações de cestas agroecológicas durante a pandemia.
 
LUTA POR MAIS POLÍTICAS PÚBLICAS
 
Além do Centro Sabiá, o biólogo também coordena a Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE), rede que desenvolveu o programa de cisternas adotado pelo Governo Federal, ação que infelizmente vem sendo desmontada desde o governo Temer: após o recorde de 111 mil e 106 mil cisternas em 2013 e 2014, respectivamente, ano após ano a construção dessas tecnologias no semiárido vem caindo, até atingir o número pífio de menos de 3 mil em 2021.
 
“Lamentavelmente temos vivido um apagão das políticas públicas para as populações rurais. Ainda há uma demanda de 350 mil cisternas para atender agricultores, quilombolas e indígenas, principalmente. Em Pernambuco são 38 mil famílias que ainda não têm as tecnologias.”
 
AJUDE A CONSTRUIR UMA CISTERNA
 
A campanha “Tenho Sede” é uma alternativa da Articulação do Semiárido Brasileiro para seguir construindo cisternas pelo semiárido brasileiro. Se você puder ajudar com qualquer quantia acesse o site tenhosede.org.br e participe.
 
Clipe da campanha: https://youtu.be/pYWGLsT9cPI
 
Alexandre deve visitar um total de 15 municípios do agreste até o fim de março.
 
Escrito por: Leonardo Lemos (assessor da ONG Sabiá)

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