O Chute

Ele serve como decreto; ora calculado, ora estupefato, ora emergencial, ora banal. Ele designa talento, a postura confirma. Ele inicia o possível final feliz. Ele alivia, salva, pune e fuzila. Ele supera barreiras, almejando o grito da imensidão atenta. Ele rasga o chão e deixa entalado o grito. Ele é ameno, bruto, citado e precipitado. Ele é certeiro, cirúrgico e direcionado. Ele atrai o sorriso, o deboche, a ira e a revolta. Ele dá voltas. Ele abre portas, quando entra na gaveta. Ele acorda a coruja, causando frisson. Ele tem seu tom determinado pelo dom. Ele é democrático, cada qual ao seu modo. Ele é vitória e derrota. Ele julga, indica mocinho e vilão. Ele guina-se pelo vento; serve como alento e tormento. Ele é pontapé, pé, em pé ou caído. Ele é querido. Ele é dela, a divina esfera. Ele é dele, do estufar das redes. Ele é nosso. O chute!

O Chute! | Foto: Pedro Luis Raota

O Chute! | Foto: Pedro Luis Raota

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