Não Somos Foda, Somos Moda

Engraçado, gostamos de enaltecer o sotaque, a culinária, a irreverência, o orgulho de ser nordestino; constantemente destacamos o preconceito medieval dos sulistas (ok, algumas vezes é só “esquizofrenia”, coitadismo). Mas quando chega o São João nós trocamos qualquer sala de reboco por shows de “intrusos” como Luan Santana e Jorge & Mateus. Sim, somos poços de contradição, a descaracterização dos eventos juninos é mais uma prova real disso e o baião virou sertanejo para muitos.

O fenômeno que domina o carnaval há tempos (quando boicotamos frevo e maracatu para valorizar o descartável axé baiano), também vem tomando conta das festas do mês de junho. As tradições estão perdendo espaço para o modismo, a bola da vez sempre ofusca o rico legado do saudoso passado. Enquanto Mastruz Com leite e Cavalo de Pau são classificados erroneamente como “forró das antigas”, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinês, Jorge de Altinho e tantos outros ficam em segundo plano.

Faz parte, a juventude tende a buscar o novo, deixando o velho empoeirado. E outras gerações acabam indo na crista da onda, afinal, querem ser sempre joviais. Porém, dividir preferências é dever de todos que respeitam a cultura genuína. Ser “Maria vai com as outras” é como se acomodar, temer o desbravar. Tal conduta conveniente vai além das festas juninas, pois tudo que engloba nossa filosofia de vida é refém disso. Portanto, antes de apontar, acuse-se. Não somos foda, somos moda!

Por fim, pra descontrair, deixo abaixo um álbum verdadeiramente junino e nordestino:

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