O racismo nosso de cada dia

Cliente é tomado por ladrão: "Sou mais um negro a passar por isso". | Foto: Folha de Pernambuco

Cliente é tomado por ladrão: “Sou mais um negro a passar por isso”. | Foto: Folha de Pernambuco

DISCRIMINAÇÃO RACIAL ///
O que aconteceu com o motorista Mário José Ferreira na Casa dos Frios no Recife é mais um (lamentável) registro dos reflexos nocivos da cultura escravocrata, semeada até os dias de hoje no nosso país. O Brasil ainda possui requintes de colônia, moldando-se por meio de paradigmas eurocentristas e americanizados. Que permeiam pela publicidade e dramaturgia, por conseguinte, ecoam em todas as esferas da sociedade, determinando distinções em tratamento, perspectiva e crescimento.
 
Os brasileiros são multiétnicos e na maioria miscigenados, mas ainda assim, renegam raízes e características típicas pela necessidade de se sentirem aceitos e/ou inseridos numa sociocultural supostamente superior. Por isso que nordestinos pagam pau para caucasianos sulistas e em Salvador durante o Carnaval os negros nativos são isolados de turistas brancos com cordões que conotam Apartheid, exemplificando.
 
Quando foi confundido com um bandido num estabelecimento, simplesmente por ser preto e possuir características classificadas como “estereótipos marginais”, Mário José Ferreira sentiu-se constrangido e humilhado. Tornando-se síntese para tantos outros negros pré-julgados pejorativamente por causa da cor da pele. É o racismo nosso de cada dia. Perpetuado no círculo vicioso que nos rodeia.

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